120 artistas negras, Trina Robbins
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Mina de HQ | Setembro 2020
Olá!
Hoje quero começar uma uma mensagem boa. Com a palavra, Laerte Coutinho:
Essa tirinha me arrancou um sorriso e de um quentinho no coração. Eu amo histórias em quadrinhos desde criança e estar aqui trabalhando como jornalista, pesquisadora e criadora de conteúdo sobre HQs há tantos anos é uma realização. Estou MUITO feliz também por ter recebido apoio de tantas pessoas para publicar a revista impressa (que será lançada oficialmente em dezembro). Obrigada, obrigada, obrigada! ♥
Pega seu chá e vem : toda quarta-feira tem live sobre histórias em quadrinhos no meu Instagram @minadehq! O papo dessa semana é com Daniela Fernandes Alarcon, antropóloga e roteirista do livro Os donos da terra, publicado pela Editora Elefante, que narra em quadrinhos a luta do povo indígena Tupinambá pela manutenção de seus modos de vida e de sua cultura e pela recuperação de seus territórios ancestrais no sul da Bahia. HOJE, quarta, 23/09, às 19h. Te espero!
Trina Robbins é um nos nomes mais importantes dos quadrinhos no mundo. Ela foi pioneira das HQs feministas underground, a primeira mulher a publicar quadrinhos sobre uma mulher que se assumiu lésbica, em 1972, na edição de estreia da revista Wimmen’s Comix, e se tornou a primeira mulher a ilustrar a Mulher-Maravilha em 1986, com a publicação de The Legend of Wonder Woman – pra se ter uma ideia, a personagem já existia há 30 anos quando isso aconteceu. Hoje, aos 81 anos, ela segue se dedicando às suas próprias novelas gráficas e à pesquisa sobre mulheres no mercado de HQs. Uma deusa.
Uma história curiosa: em 2015, Trina veio ao Brasil para participar da programação das Jornadas Internacionais de Quadrinhos da USP, em São Paulo, e rolou um evento especial na Gibiteca Henfil. Eu fui, claro, e só tinha praticamente mulheres, entre quadrinistas, pesquisadoras e leitoras. Até hoje a gente comenta que se fosse qualquer homem com um terço da importância que a Trina tem com certeza o Centro Cultural São Paulo ia estar lotaaaado de homens… Isso diz muito sobre o mercado de quadrinhos no Brasil.
Separei alguns livros de Trina Robbins (ou com a sua participação) bem bacanas para ler e conhecer mais dessa história toda:
• The Flapper Queens: Women Cartoonists Of The Jazz Age
• Drawing Lines: An Anthology of Women Cartoonists
• The Complete Wimmen’s Comix
• Babes in Arms: Women in the Comics During World War Two
• Wonder Woman: Forgotten Legends
Esse final de semana, dias 25, 26 e 27 de setembro, vai acontecer o primeiro Festival Online de HQs do selo Quadrinhos na cia.. E VAI TER MINA DE HQ! Serão nove encontros transmitidos pelo canal da Companhia das Letras no YouTube. O festival contará com a participação de diversos artistas brasileiros, além de uma abertura especial com a quadrinista sueca Liv Strömquist, autora de A Origem do Mundo. O evento terá também homenagens a Persépolis, clássico de Marjane Satrapi que completa 20 anos de lançamento em 2020, com um papo no sábado que vou mediar entre as quadrinistas brasileiras Aline Zouvi e Amanda Miranda. No domingo vou mediar outra conversa sobre quadrinhos e luta, com Laura Athayde, Bennê Oliveira e Thaïs Kisuki. Clique aqui para ver a programação completa.
Helô D’Angelo e suas sacadas geniais… Ela começou uma série chamada MERITOGATINHA:
Vale o clique:
120 artistas negras para conhecer – a pesquisadora Natália Sierpinski agora é nossa colunista e em sua primeira publicação ela compartilha perfis, links e informações de 30 quadrinistas e 90 ilustradoras, todas negras, para conhecer e apoiar.
Larissa Palmieri, roteirista de quadrinhos de terror, horror, erótico, suspense e ficção científica, indica 5 quadrinistas que você precisa conhecer.
A Revista Fierro, uma das mais clássicas publicações argentinas de histórias em quadrinhos, está de volta em formato digital. E agora conta com um coluna da pesquisadora Mariela Acevedo, criadora da Revista Clítoris (vai ter texto dela na Revista Mina de HQ também!)
O Itaú Cultural está com uma programação diversa sobre histórias em quadrinhos:
• Segunda temporada de Caminhos da HQ, série de depoimentos que revela as trajetórias e os trabalhos de autores que fazem parte da atual cena nacional de quadrinhos, como Fernanda Nia, Laura Athayde, Lino Arruda, LoveLove6, Sirlene Barbosa, Bianca Pinheiro e Mary Cagnin.
• Versão online da Banca de Quadrinistas, com tema “Olhares femininos”, uma mostra virtual de 19 de setembro a 26 de outubro, com 20 artistas: Cátia Ana, Ing Lee, Marília Marz, Renata Nolasco, Talessak, Ty Silva, Bruna Bandeira, Leta (Letícia Moreno), Rebeca Prado e Partes (Paloma Barbosa), Carol Ito, Diana Salu, Fefê Torquato, Ju Loyola, Lila Cruz, Alice Pereira, Ana Paloma Silva, Bennê Oliveira, Blenda Furtado e Majane Silveira. Clique aqui para ver a primeira parte da mostra.
Ana Luiza Koehler conversou com Érico Assis no canal da editora Veneta, no Youtube, sobre sua novela gráfica Beco do Rosário.
O canal Traços e Letras entrevistou a quadrinista e designer maranhense Dika Araújo.
Em sua nova coluna de entrevistas em quadrinhos lá no nosso site, Gabriela Güllich conversou com a quadrinista norte-americana Micheline Hess, autora de Malice in Ovenland, sobre representatividade, processo criativo e felicidade negra.
Rapidinhas:
O Gibi Foda é nosso parceiro na divulgação de lançamentos e novidades de HQs. Olha só as últimas divulgadas por lá:
• Está rolando a pré-venda da antologia O Grande, Gostoso, Quente e Úmido Livro do Sexo, que reúne 17 histórias e 27 artistas, como Ana Clara Melo, Camila Catalano, Ester Manrique, Helô D’Ângelo, Jenny Defensor, Ju Loyola, Larissa Palmieri, Luiza Strauss, Marina Antunes, Regiane Braz, Renata Nolasco e Taíssa Maia;
• Mino Day 2020 aconteceu online e contou com a participação de autoras do catálogo da editora;
• Laura Athayde lançou seu novo gibi, Aconteceu Comigo, pela Balão Editorial;
• Quadrinhos na Cia., selo de gibis da Companhia das Letras, anunciou Pigmento, novo trabalho de Aline Zouvi, com previsão de lançamento para 2021.
Impermanência é o tema dos quadrinhos exclusivos produzidos para a Mina de HQ.
Vitorelo fez a HQ acima sobre esse tema e escreveu:
“Ultimamente, produzir tem sido um tipo especial de desafio. Isso porque às vezes não há muitas palavras quando os assuntos são tantos, e tão profundos, e tão vastos, infinitos. Viajante do tempo acidental, respirando sempre um segundo à frente do que dou conta, mas sempre um passo atrás. Vejo o futuro incapaz de impedi-lo. Cassandra de mim. Paralisada, continuo atrasada. Costumo construir palavras como quem desenha e desenho palavras como quem escreve. Talvez uma colagem seja um mapa mais próximo das visões que me assombram? Talvez as fotografias te lembrem do que sobrevivemos juntos? Juntos? Espero que você possa significar o que eu não consegui.”
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