O caminho da artista
Conversamos com a quadrinista e ilustradora Mary Cagnin sobre sua mais nova webcomic, “Caminhos da Aquarela”
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Conversamos com a quadrinista e ilustradora Mary Cagnin sobre sua mais nova webcomic, “Caminhos da Aquarela”
Mary Cagnin, de São Paulo, é uma das quadrinistas de maior destaque no Brasil hoje.
Sua HQ de estreia, Vidas Imperfeitas, lançada pela primeira vez de forma independente em 2008, traz uma história de amor e amizade com uma protagonista feminina que foge dos moldes convencionais de garota fraca e submissa. Black Silence, de 2016, é obra de ficção científica que retrata um futuro distópico pós-apocalíptico, recebeu o Troféu Angelo Agostini (melhor desenhista) e teve três indicações ao Troféu HQ MIX. Já Bittersweet, de 2019, trata de conflitos familiares, descobertas, sexualidade e depressão, e manda uma mensagem de esperança, especialmente ao público LGBT, e também recebeu indicações ao Troféu HQ MIX.
Agora, a autora compartilha as próprias experiências como artista na webcomic Caminhos da Aquarela, disponível em seu perfil no Instagram (@marycagnin). Em 16 páginas – e alguns bônus que serão publicados posteriormente – os leitores acompanham a protagonista Carol se aventurando pelo universo da aquarela, numa jornada cheia de referências à arte, e que serve ainda como apresentação do novo curso de Mary, Aquarela Dinâmica.
A autora também compartilha vivências e dicas pelo YouTube, onde tem 285 mil inscritos, e no site marycagnin.com, onde todos os seus quadrinhos podem ser lidos gratuitamente.
A seguir, conversamos com Mary Cagnin sobre processo criativo e inspiração.
Eu e minha equipe estávamos estudando uma estratégia para fazer o lançamento do meu curso Aquarela Dinâmica e chegamos nessa ideia de criar um quadrinho contando as aventuras da protagonista Carol pelo universo da aquarela. A ideia era mostrar os diversos caminhos que podemos seguir, inclusive alguns que são armadilhas do aprendizado, que podem levar a muitas frustrações. Achamos que esse seria um bom jeito de explicar de forma lúdica qual a “filosofia” por trás do meu método e da didática que desenvolvi para o curso. Apesar da Carol ser uma personagem fictícia, escrevi o roteiro inspirada nas minhas próprias experiências, os caminhos pelos quais passei, as dificuldades que encontrei, e como cheguei até aqui. Espero que os leitores possam se identificar com essa jornada e se divertir com o universo cheio de referências que criamos.
Eu me diverti demais pensando em como encaixar todas as referências, não só de filmes, mas do universo da arte no geral, como o castelo que desafia as leis da gravidade, inspirado nas obras de Escher, entre muitas outras. Mas o momento que eu mais esperei foi o do “Wilson”, do filme Náufrago.
O público tem reagido de forma bem positiva, e se envolvido na história. O mais importante pra mim era que os leitores se identificassem ou se inspirassem com a mensagem, e acho que estamos no caminho certo.
Não temos nenhuma previsão de impressão por enquanto, ainda mais sendo apenas uma short story.
Ao contrário dos meus outros quadrinhos, que são obras de ficção, Caminhos da Aquarela é quase autobiográfico, sem contar que eu apareço como personagem na história, mesmo como uma “persona” ou um “mentor excêntrico”. No fim, esta história é uma alegoria das minhas experiências como artista.
Depende muito do projeto. Cada quadrinho meu teve um processo diferente, começou e se desenvolveu de formas diferentes. Em Caminhos da Aquarela, nosso objetivo era mais claro, porque a gente queria apresentar o curso, então partimos desse princípio. Também tive muita ajuda da minha equipe para criar o mundo, assim como o design de alguns personagens, como o drone e o Mecha, que eu uso na história, que foram criados pelo Doug Erbert.
Noelle Stevenson, Fiona Staples, Marjane Satrapi, Bilquis, Lu Caffagi… São tantas. Estas são apenas algumas.
Anne Ribeiro é jornalista, de Belém (PA). No perfil @pralerhq ela escreve sobre quadrinhos para debater política, questões de gênero e universo LGBT.
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