As escolhas estéticas de Amanda Miranda
Conversamos com a autora da premiada “Hibernáculo”, uma das HQs mais interessantes de 2019
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Conversamos com a autora da premiada “Hibernáculo”, uma das HQs mais interessantes de 2019
Amanda Miranda é ilustradora, quadrinista e designer. Entre seus clientes estão o site The Intercept Brasil e a banda Liniker & Os Caramelows. Como quadrinista ganhou o prêmio Dente de Ouro em 2019 com sua HQ Hibernáculo. Ela é também uma das autoras de Infestatio e Tabu, coletânea da editora Mino, ao lado de Lalo e Jéssica Groke. Em 2020, lança uma HQ pela editora Quadrinhos na Cia, com Simone Campos.
Conversamos com ela sobre sua carreira e seu mais novo quadrinho, Sangue Seco Tem Cheiro de Ferro.
Sou formada pela ETEC (Centro Paula Souza) em Comunicação Visual e Moda. Fora esses dois cursos técnicos não tenho educação formal. A maioria das coisas que faço aprendi fazendo. Comecei fazendo projetos pra mim, fiz algumas séries de ilustração e fui postando online, criando portfólio. Meus trabalhos vieram através de clientes que viram meu portfólio online e me chamaram pra trabalhar. Fora isso trabalhei três anos com moda, fazendo estampas. Esse era trabalho CLT mesmo. Nesses anos de freelance já ilustrei pra bandas como Liniker e Os Caramelows, Francisco el Hombre e também pro veículo The Intercept Brasil.
Acho que influencia em como eu penso a estética da história, acaba sendo um pensamento de designer usar a forma em prol do conteúdo. E as minhas escolhas estéticas servem às histórias que quero contar. Sem medo de sair de um “estilo”. Nas ilustrações influencia em como tento contar histórias numa só imagem, a narrativa acaba se infiltrando em tudo que eu faço. No fundo no fundo, vejo muitas similaridades nos processos criativos e acho que transitar entre ambos os espaços amplia a visão
Infestatio é um zinão, primeira coisa que fiz solo de HQ. Antes disso só tem umas páginas soltas que entraram no Zine XXX. O Hibernáculo foi essencial pra eu por em prática umas questões mais clássicas das histórias em quadrinho. Foi um exercício, mesmo. De pensar em como condensar ritmo, aí essa pesquisa me levou a pensar em todos os ritmos, os de leitura e os musicais. Esse laboratório experimental que o Hibernáculo foi me ajudou a entender muitas coisas sobre a mídia. Consegui filtrar dele varias coisas que continuo usando nesses dois lançamentos de 2019.
O quadrinho é sobre o sentimento de nostalgia, sobre a dor de voltar pra casa. É uma narrativa em primeira pessoa, como se fosse uma carta encontrada à posteriori. Eu tinha escrito parte do texto ano passado, não pretendia usar pra quadrinhos, mas acabou funcionando bem. Casa com a sentimento atual de assistir a carcaça do que seria o futuro se movimentando. Os desenhos fiz num fim de semana.
Acabei inscrevendo de última hora, não achei que ia ser selecionada, mas fui. Fiquei bem feliz porque não tinha planos de publicar mais nada esse ano além do Juízo, da coletânea TABU. As experiências são bem diferentes. O processo do MIS facilita porque os livros chegam prontos e com um acabamento que não me imagino tendo grana pra bancar. Editais assim ajudam a fomentar a produção de artistas, são fundamentais. O processo com editora ajuda pelo olhar de uma pessoa de fora, quando se está a muito tempo trabalhando em algo a vista fica viciada, é bom ter uma opinião externa.
Estou terminando minha HQ com a Simone Campos, Máquina Tropical Universal. Sai pela Quadrinhos na Cia. em 2021. Além disso, participei de uma publicação coletiva que vai ser lançada na CCXP e participei da Revista Plaf! desse ano, também. Ano que vem tem mais novidades.
O trabalho da Amanda pode ser acompanhado pelo seu site, Instagram, e seus quadrinhos podem ser encontrados em sua loja online.