HQs para o público infantojuvenil
Novo selo da editora Veneta, Outra história | Oh!, foca no público infantojuvenil com quadrinhos e livros ilustrados
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Novo selo da editora Veneta, Outra história | Oh!, foca no público infantojuvenil com quadrinhos e livros ilustrados
É possível encontrar histórias em quadrinhos para todo tipo de público e suas faixas etárias. Gibis não são apenas para crianças, assim como novelas gráficas e histórias longas não são apenas para adultos. Existem títulos muito bons publicados visando o público infantojuvenil que com certeza agradam gente grande também!
Conversamos com Letícia de Castro, jornalista, sócia da editora Veneta, idealizadora e do Outra história | Oh!, novo selo infantojuvenil de quadrinhos e livros ilustrados, que traz boas surpresas no catálogo.
Esse projeto vem sendo gestado há alguns anos. Nas nossas últimas viagens para feiras literárias internacionais, como Frankfurt e Angoulême, percebemos uma grande oferta de bons quadrinhos para crianças e adolescentes e começamos a acompanhar essa cena. Tenho um filho de nove anos que ama gibis e comecei a notar que falta variedade de quadrinhos para esse público. Queremos tentar suprir um pouco essa carência, trazer novos autores e autoras, com temáticas e estéticas diversas.
A gente tem consciência da enorme responsabilidade que é produzir livros para um público que está ainda em formação. Então, um dos grandes desafios é conseguir despertar o prazer da leitura nessas crianças e poder contribuir para a formação de novas gerações de leitores.
Essa preocupação com temas sociais e políticos, com um olhar crítico sobre a realidade, está muito presente no catálogo da Veneta e também no do Oh!. Essa é uma das nossas áreas de interesse, mas não a única. Queremos trazer livros que divirtam e encantem, mas que também despertem a reflexão e a curiosidade das crianças e jovens leitores, que forneçam ferramentas para enriquecer a compreensão que elas têm da realidade, do mundo e de si próprias.
Ela é feita após uma grande pesquisa, contamos com a colaboração afetiva de alguns educadores, que nos ajudam nessa seleção. Neste primeiro ano, mais da metade dos livros são de autores brasileiros, dos quais mais da metade, mulheres. Entre os estrangeiros, temos autores e autoras da China, do Burundi e da França.
Temos oito lançamentos previstos para este ano. O primeiro foi Bertha Lutz e a Carta da ONU, de Angélica Kalil e Mariamma Fonseca, com cores de Faw Carvalho. E algumas estreias, como a cantora Anelis Assumpção, que lança seu primeiro livro, Serena finitude, ilustrado pela Aline Bispo, que já está em pré-venda. A quadrinista Majory Yokomizo também vai lançar sua primeira graphic novel, uma história de fantasia. E também temos autores consagrados, como a Renata Bueno, que já tem mais de 20 livros publicados, e o Fernando de Almeida, com Tem um urso na minha escola. Do quadrinista Rafa Campos Rocha, que tem dois livros publicados pela Veneta, lançamos a HQ O Paraíso de John John, uma parceria com o André Curtarelli e a Juliana Frank. Por fim, teremos também um reconto do clássico Os três porquinhos, em uma versão meio anarquista do Rogério de Campos, fundador e editor da Veneta, e do ilustrador e quadrinista Marcelo Bicalho.
Entre os estrangeiros, temos uma HQ vencedora do prêmio da Feira de Bologna na categoria Jovem Adulto, O discurso da pantera, do Jérémie Moreau, ganhador de alguns Angoulême. Ratolândia, nosso segundo livro, é uma fábula muito divertida sobre as eleições e a importância da participação política. Também é de uma autora estreante, a francesa Alice Méricourt, e do premiado ilustrador chinês Ma Sanjin. O tédio das tardes sem fim é um poema do Gaël Faye, escritor e rapper nascido no Burundi, ilustrado pelo quadrinista francês Hipollyte. Faye esteve no Brasil em 2019, durante a Flip e foi uma das sensações do evento.
Gabriela Borges é jornalista, mestra em antropologia e curadora de conteúdo. Em 2015, criou a Mina de HQ, plataforma que se tornou referência para quem quer ler histórias em quadrinhos mais diversas, conhecer artistas mulheres e trans (homens, não bináries etc), e também criar estratégias de comunicação a partir das HQs. Mídia independente e feminista, é um dos mais relevantes canais sobre HQs e gênero no Brasil. Autora do livro Encuentre su Clítoris, pela Marca de Fantasia, e editora e co-organizadora da antologia Quadrinhos Queer, pela Skript.
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