Cada um no seu quadrinho 1ª edição
Evento inédito de quadrinhos movimenta a cena no Rio de Janeiro, levando diversidade de gênero e de traços a um dos espaços mais tradicionais da cidade.
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Evento inédito de quadrinhos movimenta a cena no Rio de Janeiro, levando diversidade de gênero e de traços a um dos espaços mais tradicionais da cidade.
Toda vez que recebemos algum convite para um evento inédito, surge aquele receio de quem lida com temas como diversidade: será que seremos respeitadas? Será que haverá diversidade? Será que será bem organizado?
E para nossa felicidade (minha de de todos que participaram), o evento foi realmente tudo de bom: possibilitado via edital, o Cada um no seu Quadrinho aconteceu no Circo Voador, tradicional casa de shows do Rio, localizado bem nos Arcos da Lapa. Apesar do calor i-n-f-e-r-n-a-l, que fez com que muitos quadrinistas que estavam expondo ficassem no sol, todos pareciam bem animados e positivamente impactados. Rolou até sacolé oferecido pelo pessoal da Editora Guará.
O ponto levantado de forma mais recorrente foi o fato de eventos de quadrinhos serem bem raros no Rio.
Ocorrido no dia 26 de março, ao longo de um dia inteiro quadrinistas expuseram seus trabalhos do lado de fora da lona, enquanto convidados participavam de paineis ou oficinas no interior do Circo e esses paineis contaram com diversidade de participantes, o que para um primeiro evento, é certamente um grande acerto. Só o fato de não termos que cobrar essa diversidade dos organizadores, já um excelente sinal. Mérito do Lencinho e da Nathália Moraes, que estavam à frente do evento.
Andréia Fernandes, que é editora e revisora de livros e quadrinhos, comentou comigo sobre a dificuldade de aderência do público em eventos de HQ no Rio. Uma das integrantes da comissão do prêmio Le Blanc e também do antigo SIQ, Andréia acredita que a localizaçao acessível e em local bem conhecido favoreceu a presença bem intensa ao longo de todo o dia, mesmo com um calor que nornalmente levaria todos à praia.
A mesa que participei se chamava “Que fim levou o Robin e a diversidade nos quadrinhos”, foi mediada pelo quadrinistas e storyboarder Renato Lima (melhor Dj de balada de rock!) e a querida Alice Pereira, quadrinista, música, animadora digital e mãe de uma bebê fofíssima. A princípio, a mesa contaria com a Gabriela Borges e giraria em torno do mercado editorial, mas com o nascimento de sua filhinha ainda muito recente, eu fui representar a Mina de HQ.
Considero importante pontuar, porque apesar da mesa ter sido incrível, os convites que têm surgido pela Mina de HQ são muito mais fruto dos 8 anos de jornada da Gabi do que da minha pesquisa, que é mais recente. Ainda assim, essa parceria tem me possibilitado participar de eventos tão incríveis como foi o Cada um no seu quadrinho.
O carinho e a alegria compartilhados pelas pessoas presentes renderam posts e tuítes elogiando o evento e torcendo para que ele integre o calendário nacional de eventos de HQ e nós torcemos também. Que venham as próximas edições.
Daniela Marino é pesquisadora de quadrinhos e questões de gênero, graduada em letras, mestre em comunicação e doutoranda em ciência da informação.
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Dani Marino é especialista em histórias em quadrinhos e questões de gênero. Mestre em Comunicação e doutoranda em Ciência da Informação pela ECA/USP, também atua como professora de Literatura Inglesa. Ganhadora de 2 troféus HQMIX com o livro Mulheres e Quadrinhos, que organizou com Laluña Machado, já colaborou com diversos sites e canais especializados em cultura pop.