Corpo político e o gibi em pauta
Acompanhe o primeiro dia da Mina de HQ na 7ª edição da Bienal de Quadrinhos de Curitiba
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Especial Mina de HQ | Bienal de Quadrinhos de Curitiba
Por Gabriela Güllich
No primeiro dia da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, o Auditório Antonio Carlos Kraide recebeu a mesa “O Corpo (É) Político” com Carol Ito, Helô D’Angelo, Kael Vitorelo, Triscila Oliveira e mediação de Gabriela Borges, editora-chefe da Mina de HQ. O que é o corpo político? Como representar “corpos políticos” em uma HQ? Triscila Oliveira inicia o debate respondendo que “todos os corpos são políticos, todos dentro e fora do padrão, todos ocupam um espaço e um local”.
No entanto, representar um corpo não é necessariamente atribuir representatividade para o tema. Enquanto representatividade diz respeito a impacto, a legado, a contribuição, a representação está focada em apresentar visualmente um corpo. Atribuir universalidade ao conceito de corpo político não significa apresentar este corpo como uma entidade universal: contextos geográficos, raça, gênero, classe, tudo isso faz com que cada vivência seja única.
“A questão de desenhar outros corpos acaba sendo político também. A gente sabe que existem padrões que são ‘cristalizados’ e a gente se vê precisando normalizar outras visões dentro da nossa produção. Isso acaba sendo político quando era pra ser só normal, né?”, comenta Carol Ito. Com o tema da edição exaltando resistências, existências e corpos plurais, o bate-papo da Bienal trouxe a reflexão: quais são os corpos plurais que estão sendo representados nas histórias em quadrinhos brasileiros? E até que ponto essa representação de fato acrescenta um legado de representatividade para o presente e o futuro?
Contribuir para este debate também é o papel da mídia especializada, conforme destacado na conversa “Gibi em pauta: jornalismo de quadrinhos“. Na conversa, estavam Ramon Vitral (Vitralizado), Gabriela Borges (Mina de HQ), Dandara Palankof (Plaf) e Mariana Viana (Fora do Plástico), com mediação de Luciana Melo (Plural). O jornalismo que se propõe a fomentar a leitura de quadrinhos – seja através de divulgação de lançamentos, entrevistas aprofundadas, crítica, cobertura de eventos, etc. – precisa estar disposto a apostar também na diversidade do mercado. Diversidade de temas, de autores, de corpos. “A gente é parte dessa concepção de pluralidade e a gente precisa, da mesma forma, construir caminhos e levar adiante todas essas ideias e visões”, aponta Palankof.
A Mina de HQ estará cobrindo todos os dias da Bienal de Quadrinhos de Curitiba que acontece no MuMA – Portão Cultural, de 07 a 10 de setembro, das 11h às 20h. Não deixe de conferir a programação desse evento com entrada gratuita. Confira a Feira Muvuca e participe das palestras, oficinas e sessões de autógrafos.
Gabriela Güllich é matogrossense criada na Paraíba. Contadora e desenhadora de histórias, é formada em Jornalismo pela UFPB, atua como quadrinista, jornalista e os dois ao mesmo tempo. Autora de Quatro Cantos de um Todo, HQ publicada pelo Sesc Paraíba em 2018, e São Francisco (Gabriela Güllich/João Velozo), livro-reportagem em quadrinhos e fotografia com narrativas do sertão e do Velho Chico, lançado em 2019. Siga: @fenggler
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