3 HQs para serem lidas na escola
Dicas que quadrinhos que deveriam ser lidos na escola
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Dicas que quadrinhos que deveriam ser lidos na escola
Três quadrinhos que deveriam ser lidos na escola
Algumas histórias em quadrinhos abrem nossos olhos e mentes para assuntos tão relevantes que é impossível não pensar: “Esse livro deveria ser lido na escola!”. Aproveitando a retomada das aulas, selecionamos três HQs que dariam ótimas leituras para estudantes e professores
3. Luzia – Zé Wellington e Débora Santos
Esta adaptação inédita para quadrinhos do clássico da literatura Luzia-Homem tem roteiro de Zé Wellington e desenhos de Débora Santos. Questionada sobre o que os estudantes podem aprender com a história, a ilustradora dá vários exemplos: “Como uma adaptação de um clássico da literatura aqui do Ceará, dá pra falar de muita coisa. Seja sobre o trabalho do autor, Domingos Olímpio, que era romancista e advogado, seja sobre a cidade onde se passa a história, que também é a cidade natal de Domingos Olímpio e a do Zé Wellington, Sobral. Aliás, essa obra, mesmo sendo ficção, é um recorte de uma época naquele território”.
“Em Luzia nós vemos a protagonista usando sua força física sobrenatural como mão de obra na construção de uma penitenciária que, de fato, existe. A personagem é tão importante que, hoje, Sobral abriga uma estátua sua. E os cenários onde acontecem a história são territórios reais, algumas dessas construções que existem até hoje na cidade”, acrescenta Débora.
“Em outro ponto, mesmo sendo uma obra publicada há pouco mais de um século e escrita por um homem daquela época, a forma como Domingos Olímpio retrata Luzia e Teresinha pode ser até considerada, em certo nível, atual. São as personagens trabalhadas com mais profundidade na história e que, durante a trama, vão construindo uma amizade de cuidado e acolhimento. Eu e Zé ficamos pensando muito, enquanto fazíamos a adaptação, que esse romance não é necessariamente sobre Luzia, mas sobre como uma amizade se constrói entre as duas personagens”.
“Por ser uma história ambientada numa seca que de fato aconteceu no fim do século 19, essa obra pode ser abordada em contexto de sala de aula sobre questões políticas da região na época, sobre questões socioambientais e de gênero. Acredito que existam, com certeza, muitos outros assuntos que podemos refletir a partir dessa história”, finaliza a artista
Afeto, de Vivi Melancia e Natália Sierpisnki, é uma história que busca resgatar as propostas do mais importante patrono da Pedagogia no mundo todo: Paulo Freire. Todos os professores que optam por estudar Pedagogia ou qualquer licenciatura inevitavelmente irão se deparar com os preceitos de uma educação libertadora e inclusiva que propõe que alunos não são meros depósitos de um conhecimento engessado. Nesse sentido, a escola seria um ambiente onde todos aprenderiam conteúdos para além do que constam nos livros didáticos e todos cresceriam juntos pois todos são afetados de alguma forma por esse ambiente e pelas pessoas que o compõem. (via Dani Marino)
Anne Ribeiro é jornalista, de Belém (PA). No perfil @pralerhq ela escreve sobre quadrinhos para debater política, questões de gênero e universo LGBT.
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