No meio da tarde, rolou no Palco Ultra o painel “IA na cultura pop: riscos, oportunidades e desafios”, mediado por Ygor Valerio, advogado especialista em Propriedade Intelectual, com os convidados: Ana Luiz Koheler, ilustradora e quadrinista, Rodrigo Paiva, vice-presidente de Operações e Vendas da Microsoft Brasil e Paulo Barcellos, CEO da produtora O2 filmes.
Novamente, o tempo de 45 minutos não foi o suficiente para o debate se tornar mais profundo. Rodrigo começou sua fala contando suas expectativas de aprimoramento das IAs em todo o mundo.
Ana Luiza conta que vê a IA como ameaça e também como libertação, porque ela poderia ajudar os artistas em processos repetitivos. Mas enxerga com preocupação o avanço da IA na arte: “no futuro será possível viver de arte?”, questiona.
Paulo conta como as produtoras de audiovisual têm utilizado as IA para entregarem sinopses mais refinadas e em menos tempo. Explica que certos detalhes que antes apareciam apenas na fase de roteiro de um projeto, hoje já aparecem na sinopse. “Mas qualquer projeto precisa de talento humano e talentos são raros”, pondera.
Ana Luiza, aproveitando o gancho, questiona “quem é o autor de uma obra criada inteiramente por uma IA?”. Seguida de um silêncio dos colegas, ela continua “nós deveríamos dominar as IA, mas o que está acontecendo é o contrário: as IA estão dominando a gente”.
Rodrigo acredita que a IA deveria ser o nosso copiloto e não nosso substituto. “Do mesmo jeito que hoje usamos o Google para pesquisar sobre quase tudo, as IAs podem nos ajudar no dia a dia”, explica.
Enquanto assistia ao painel — que teve tempo de abrir para apenas uma pergunta — pensava que o maior problema é quem vai regular as IAs e como o mercado profissional vai se adaptar nesse novo momento. Ana Luiza deve ter pensado algo parecido, porque finalizou sua fala com “as nossas tecnologias não precisam trazer mais desigualdade”. E ela não poderia resumir melhor o sentimento que o painel deixou em parte do público.