Elas escrevem super-heróis
Sâmela Hidalgo apresenta escritoras de livros contemporâneos que se aventuraram no mundo dos super-heróis
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Sâmela Hidalgo apresenta escritoras de livros contemporâneos que se aventuraram no mundo dos super-heróis
Antes de começar a me aventurar e me apaixonar pelos quadrinhos, eu tinha uma outra paixão: os livros. E mesmo que tudo isso esteja ligado de forma bem direta ao amor a leitura – no geral, os livros tomaram grande parte da minha vida, quando me vi apaixonada por eles aos 11 anos, depois que conheci Pedro Bandeira e suas obras.
E, como eu sempre fui bem ativa no mundo da literatura e li muitos livros – principalmente de romance e fantasia – na adolescência, conheci obras de diversos autores. Então, vocês devem imaginar qual foi minha surpresa quando vi alguns desses nomes conhecidos pela Sâmela adolescente, aparecerem na vida da Sâmela adulta que já estava inserida no mundo e no mercado de histórias em quadrinhos. Portanto, apresentarei à vocês algumas dessas autoras que li na tenra idade e que decidiram se aventurar pelo mundo dos super-heróis.
A autora Israelita é um nome que conheci em meados de 2012 quando a Trilogia Grisha chegou no Brasil, pela editora Seguinte: Sombra e Ossos, Sol e Tormenta e Ruína e Ascensão. A história que se passa em um mundo fantástico baseado na mitologia russa, me deixou completamente fascinada. E, por muitos anos, o personagem Darkling, figurou no meu top 1 de vilões preferidos. Ah, sim! São os mesmos livros que deram origem à série Sombra e Ossos, que lançou esse ano pela Netflix.
E em 2017, depois de fazer MUITO sucesso e dinheiro com a trilogia grisha e seus livros complementares do mesmo universo, Leigh Bardugo lançou pela DC o título Mulher Maravilha: Sementes da Guerra (que faz parte do Selo Lendas da DC) – onde o leitor acompanha uma Diana jovem, antes de se tornar Mulher Maravilha, que salva uma garota mortal chamada Alia e é inserida no nosso mundo moderno e descobre que a nova amiga não é tão mortal assim como todos pensavam.
*P.S: Eu, em 2015, tietando a Leigh Bardugo numa sessão de autógrafos de Sombra e Ossos que aconteceu em São Paulo.
Se você conhece minimamente o mundo de young adult da literatura moderna então você já ouviu falar de Rainbow Rowell. Autora de alguns livros que explodiram em vendas em meados de 2013 , quando lançou Eleanor & Park, Anexos e Fangirl. Nessa época, as livrarias foram tomadas pela febre Rowell e só o que se via nas vitrines e nas gôndolas era a autora. Eu mesma – que frequentava toda semana a única Saraiva de Manaus – comprei todos seus livros lançados no Brasil.
Em 2018, a Marvel chamou Rainbow Rowell pra escrever o novo arco da série dos Fugitivos (The Runaways) que é uma equipe que existe no universo Marvel desde 2003 e é formado por personagens muito diferentes entre si que se veem obrigados a se juntar quando descobrem que seus pais estão envolvidos numa seita do mal.
Com a chegada de Rowell na série, os heróis tiveram seus trajes e suas identidades secretas reformulados , e se envolveram em muitas aventuras lutando contra o crime e tendo que lidar com seus próprios conflitos e sentimentos envolvendo os outros heróis da equipe.
Em 2010, chegava no Brasil – pela editora Galera Record – a autora Kami Garcia e sua série de livros chamado: Dezesseis Luas. Nesse tempo, a literatura fantástica misturada com romance estava predominando no mundo – e muito disso por causa do sucesso de Crepúsculo, vale lembrar. A história se passa no nosso mundo, mas que tem algo peculiar: bruxas, espíritos e zumbis existem e convivem normalmente em meios aos humanos. Numa atmosfera completamente gótica, a obra acompanha a vida de Ethan, um garoto comum e Lena, uma garota nova e misteriosa que chega à cidade e juntos, eles tem que lidar com uma maldição que pode acabar em destruição. Os livros fizeram tanto barulho que a autora lançou 4 volume da série e ainda teve sua obra adaptada para um filme (péssimo, se me permitem opinar).
Então em 2019, depois de seu avassalador sucesso, a DC contratou Kami Garcia pra escrever os novos volumes dos Jovens Titãs: Ravena e Mutano. As histórias fazem parte do selo DC TEENS que são voltadas pra esse público e mostram as aventuras dos Jovens Titãs em conciliar seus poderes e suas atividades escolares.
2011 foi o ano em que as distopias tomaram completamente o mundo da literatura. Influenciados por Jogos Vorazes e Divergente, muitas histórias distópicas pipocaram em todos os lugares do mundo e no Brasil, não foi diferente. A série Legend, escrita por Marie Lu, chegou ao Brasil em 2012 pela editora Rocco e foi um sucesso de vendas e crítica.
Assim como muitas adolescentes nessa época, eu também estava completamente obcecada por distopias e corria pelo mundo da literatura o boato de que Legend era a melhor distopia da década (ainda não tenho opinião formada sobre isso).
Mas foi só em 2018 que a autora chinesa decidiu aceitar o convite da DC pra escrever o título Batman – Criaturas da Noite. A obra faz parte do selo Lendas da DC, que são romances escritos por autores contemporâneos famosos, para o público adolescente. Na história, acompanhamos o jovem Bruce Wayne com seus 17 aninhos, prestes a herdar toda a fortuna da sua família. Mas, como nada na vida de Bruce é fácil, tudo dá errado e ele se vê obrigado pela justiça a frequentar diariamente o Asilo Arkham. E nessas visitas, ele começa a se envolver com as Criaturas da Noite, um grupo que planeja a destruição da elite de Gotham.
Sarah provavelmente é a maior autora de fantasia do momento. Se você não ouviu falar dela AINDA é porque você não está minimamente ligado à qualquer menção a literatura dos últimos 8 anos. Ela é autora das séries fenômenos: Trono de Vidro e ACOTAR (Corte de Espinhos e Rosas), publicados pela Galera Record em 2013 e 2014.
Confesso à vocês que os livros da autora foram as leituras que me trouxeram de volta para os livros nesses últimos anos. Além de ela abusar da ‘alta fantasia’ do jeito que a gente gosta envolvendo seres féericos a partir de histórias famosas de contos de fadas como: Cinderella e a Bela e a Fera, ela consegue se comunicar facilmente com seus leitores jovens adultos através das suas obras. É completamente viciante!
E, ainda falando do selo Lendas da DC, em 2019 Sarah J Mas também teve sua participação. Ela foi convidada a escrever o título Mulher Gato – Ladra de Almas. Na história, Selina Kyle, era a delinquente de sempre que vivia por Gotham cometendo pequenos delitos, até ir embora da cidade e retornar como uma mulher rica chamada Holly Vanderhees. E claro que a personagem ainda vai contar com a ajuda de suas já conhecidas amigas: Arlequina e Hera Venenosa que, juntas, tocam o terror na cidade.
Sâmela Hidalgo é manauara, editora de quadrinhos, consultora editorial, trabalhou na Devir Brasil por 4 anos e meio como assistente editorial e assessora de imprensa, podcaster no DFP (devíamos fazer um podcast), produtora Editorial no Stúdio Eleven Dragon, colunista no site Minha de HQ e idealizadora do projeto Norte em Quadrinhos que visa dar visibilidade para quadrinistas do Norte do país.
Siga: @samelahidalgo e @norteemquadrinhos
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