Você sabia que o valor pago a artistas fora do eixo Rio/SP costuma ser menor? Isso reflete também na falta de diversidade em eventos classificados como nacionais. Pois é. Recentemente, a quadrinista paraense Mandie Gil usou as redes sociais para falar sobre a invisibilização das artistas do Norte do Brasil. O desabafo repercutiu entre as quadrinistas fora do eixo RJ-SP, que passaram a compartilhar as próprias experiências, ajudando a montar um panorama atualizado do mercado brasileiro de quadrinhos. Anne Ribeiro conversou com algumas artistas sobre esse assunto.
E aí, eu te pergunto: quantos livros feitos por mulheres ou pessoas trans (homens, mulheres, não bináries etc) tem na sua estante? Entre os seus livros preferidos da vida, quantos são autoria de pessoas não brancas? Quantas pessoas autoras e escritoras de fora dos grandes centros você segue nas redes sociais? Quando você vai a uma livraria, ler obras diferentes daquilo que você está acostumada é um dos seus critérios de escolha?
Faço essas perguntas não para dizer o que você não deve ler, mas sim para incentivar uma leitura mais diversa, para além daquilo que você talvez esteja acostuma ou é incentivada a ler. E falo com você, PESSOA: mulher, homem, não binárie. Sim, homens, esse papo é com vocês também!
Conhecer histórias diferentes, escritas por pessoas diferentes, amplia a nossa visão de mundo. Mesmo que a história, ou o ponto de vista, pareça ser muito distante. Até mesmo para entender um posicionamento que vai contra o que acreditamos precisamos aprender sobre ele. Esse movimento nos faz sentir e refletir sobre coisas novas ou até mesmo confirmar um pensamento.
Falamos muito sobre a responsabilidade das editoras, dos eventos, dos prêmios, dos canais de conteúdo em buscar diversidade. Essa responsabilidade existe e precisa ser cobrada. Mas, ao mesmo tempo, existe também a nossa responsabilidade pessoal, de refletir sobre o que estamos consumindo, quais são os nossos critérios de escolha e esforços para sair das nossas próprias bolhas (todo mundo vive em bolhas, cabe a nós furá-las ou ampliá-las).
Trazendo para o mundo das HQs, tem TANTO quadrinho bom e diverso sendo produzido.
Independentes, publicados por editoras, em livros impressos ou digitais, em histórias curtas na internet, em tirinhas de jornal, em zines…
Se você realmente GOSTA DE QUADRINHOS, fica o convite para fazer uma escolha diferente quando for ler a sua próxima HQ.