A importância das zines
Por meio das zines, publicações independentes populares entre artistas de quadrinhos no Brasil e no mundo, é possível publicar obras de forma mais barata e acessível
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Por meio das zines, publicações independentes populares entre artistas de quadrinhos no Brasil e no mundo, é possível publicar obras de forma mais barata e acessível
Muito conhecidas no cenário underground dos quadrinhos e por sua característica autoral, as zines são publicações independentes populares entre artistas de quadrinhos no Brasil e no mundo. Isso porque, por meio delas, consegue-se publicar suas obras de forma mais barata e acessível.
O termo é derivado do inglês fanzines (revistas de fãs), as quais têm em sua origem a produção de revistas realizada por fãs – de HQs, animes, séries, jogos, literatura, poesia e diversas formas de arte – de maneira artesanal e com pequenas tiragens, além da distribuição de “mão em mão” ou pelos correios.
Capa da zine Self Care, da artista canadense Morgan Sea
Há muito absorvida por artistas de quadrinhos no cenário mundial, ainda hoje as zines têm se mostrado de grande importância para artistas independentes de HQs no país. E para as mulheres e pessoas não binárias isso não seria diferente.
Sem padrões, dimensões ou formatos pré-definidos, elas são um excelente espaço para experimentação gráfica, de estilo, de narrativas e de personagens, por exemplo. Pelas zines, as artistas conseguem se introduzir no cenário local e nacional de quadrinhos, além de apresentar suas HQs em eventos e feiras àqueles que não as conhecem.
Pôster da zine Girassol de Laura Jardim
Mais do que isso, as zines são também uma forma destas artistas se manterem presentes no mercado de HQs enquanto produzem quadrinhos de maior expressividade. Por se tratar de trabalhos mais curtos, e como mencionado, em material mais acessível e barato, são atrativos ao grande público e sempre uma ótima alternativa para vendas em eventos e feiras de HQs, mas não limitados a eles. Por isso, se você, assim como eu, gosta de conhecer novas artistas e diferentes trabalhos, as zines são uma interessante porta de entrada para estes universos. Sendo ainda uma importante forma de você, leitora, apoiar uma artista da qual já é fã.
Contracapa da zine Self Care, da artista canadense Morgan Sea
Particularmente, desde o início de minha empreitada na pesquisa de mulheres e quadrinhos no Brasil, tenho mantido a prática de comprar zines de artistas independentes em eventos como o FIQ, por exemplo. Como o custo destas obras é menor, isso me permitiu conhecer um leque maior de artistas. A leitura destas zines, por sua vez, me direcionou para seus trabalhos mais amplos e para a compra de HQs e narrativas gráficas maiores daquelas artistas cujas produções me interessaram em cada edição.
E você, já comprou alguma zine?
Nara Bretas é pesquisadora de quadrinhos no digital desde 2012. Atualmente, é Doutoranda em Estudos de Linguagem (PosLing) pelo Centro Federal de Educação Tenológica de Minas Gerais (CEFET/MG), onde trabalha com as temáticas: Mulheres e Quadrinhos no Brasil, Narrativas de Vida, Análise do Discurso e Feminismos. Jornalista, Licenciada em Letras e admiradora das HQs desde muito nova, Nara ama quadrinhos cotidianos e surtadas ocasionais.
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