Dicas de HQs para comprar na CCXP
Quatro histórias em quadrinhos imperdíveis para adquirir na CCXP22
Quer receber novidades sobre histórias em quadrinhos? Inscreva-se!
Quer receber novidades sobre histórias em quadrinhos? Inscreva-se!
Quer receber novidades sobre histórias em quadrinhos? Inscreva-se!
Quatro histórias em quadrinhos imperdíveis para adquirir na CCXP22
A volta da CCXP presencial ocorre em 1º de dezembro, em São Paulo, e a ansiedade dos leitores de quadrinhos é grande para reencontrar outros amantes da 9ª arte, ver de perto grandes nomes da área e, claro, conferir lançamentos em primeira mão. Antecipamos quatro obras que serão lançadas no evento deste ano. Olha só:
O livro de 48 páginas reúne seis histórias de terror amazônidas para crianças desobedientes. O quadrinho foi pensado para manter a tradição amazônida de contação de histórias, especialmente aquelas de visagens e dos espíritos da floresta.
“Vamos levar quadrinhos indígenas para a CCXP, além de termos o maior grupo de quadrinhistas nortistas e indígenas até agora neste evento. Um dos objetivos do coletivo de Quadrinistas Indígenas é o de demarcar esse território dos quadrinhos, podermos ter visibilidade para mostrar e contar nossas histórias”, afirma Tai.
“Estaremos levando as nossas narrativas dos seres da floresta e continuando nossa luta contra ver nossas histórias sendo contadas por não indígenas e principalmente os que perpetuam que nossa espiritualidade e crenças são folclore. Levar a HQ para CCXP é ter a chance de trazer representatividade para um grupo de pessoas que pouquíssimo se vê em qualquer mídia e o qual constantemente é silenciado”
A HQ custará R$ 25 e após a CCXP poderá ser comprada no site de Tai Silva (loja.marpara.com.br) ou diretamente com os outros autores e coordenadores do coletivo Quadrinhistas Indígenas: Nil Jorge e Raquel Teixeira, em Manaus (AM); Marcelo Borary, em Santarém (PA); e Mayra Sigwalt, em São Paulo (SP).
Quem também se prepara para apresentar quadrinho novo na CCXP 22 é Alice Pereira. “A Travessia” é uma história de ficção científica e suspense protagonizada por um astronauta e uma misteriosa viajante perdida à beira de um buraco negro.
“A CCXP é uma grande vitrine onde podemos apresentar nosso trabalho para um público muito maior que nosso público das redes sociais, principalmente para uma artista como eu, que não está no mainstream, e não consegue atingir um público muito grande. O fato de ter sido chamada para participar como artista convidada da CCXP foi decisivo. Se não fosse esse convite eu não teria feito essa HQ neste momento”, afirma a autora, que produziu todas as imagens de “A Travessia” em 3D.
“Em ‘Pequenas Felicidades Trans’ eu já tinha feito a experiência de produzir um quadrinho de forma bem esquemática. Os personagens foram feitos em desenho vetorial como marionetes, onde eu poderia posicioná-los nos quadrinhos da forma que eu queria. Esse método, porém, tinha a limitação de ser um 2D muito chapado, eu não tinha a opção de fazer tomadas em 3D mais variadas. Em 2019, pouco depois de eu lançar o ‘Pequenas Felicidades Trans’, comecei a estudar 3D e logo vi que as possibilidades eram muito grandes. Eu poderia criar personagens e cenários e movimentá-los em um ambiente 3D de uma forma muito variada. Então comecei a pensar que poderia fazer um quadrinho em 3D”
“Em junho fui convidada para participar da CCXP, então pensei que deveria ter um quadrinho novo para apresentar. Já tinha ideia para algumas histórias e resolvi desenvolver a história de ‘A Travessia’. Então comecei a criar os personagens e cenários. Isso foi o que levou mais tempo, de julho ao final de agosto. Só em setembro comecei então a criar as cenas dos quadros e fazer as páginas. Tudo ficou pronto no final de outubro. Some-se a isso o fato de eu estar com uma bebê e ter pouco tempo para o trabalho por conta dos cuidados com ela. Acredito que se eu tentasse fazer uma HQ convencional não conseguiria no tempo que tive. A escolha de fazer em 3D agilizou muito o processo, além do fato de eu estar focando meu trabalho na modelagem e animação 3D”, afirma Alice.
“A Travessia” tem 64 páginas e ainda pode ser apoiada por meio da plataforma de financiamento coletivo Catarse (https://www.catarse.me/a_travessia).
O segundo livro do projeto Cartumante traz tirinhas publicadas nas redes sociais entre 2018 e 2022, além de conteúdo inédito sobre vários tipos de “transtornos”: relacionamentos, autoconhecimento, saúde mental… O financiamento da publicação via Catarse foi um sucesso, com apoio de mais de 1,7 mil pessoas.
“Acho que foi resultado de muito planejamento e muita ansiedade. Minha primeira campanha do Catarse foi um sufoco e eu estava apavorada disso se repetir. Daí, fiquei um bom tempo pesquisando referências de campanhas de sucesso, vi alguns padrões, criei um calendário de conteúdo pro mês que antecedia o lançamento do Catarse, criei e listei algumas estratégias de conteúdo que tinham a ver com meu público e depois coloquei em prática religiosamente, todos os dias”
Quatro anos depois de publicar o primeiro livro (“Memes são a Salvação”), a ilustradora e designer carioca avalia que a mudança mais marcante está na própria postura como profissional. “Eu percebi a importância de contar com outras pessoas pra criar um bom projeto e chegar ainda mais longe”.
“No meu primeiro livro, eu tinha uma ideia meio torta de que eu deveria fazer tudo sozinha para ser ‘validada’. O livro ficou bom, mas hoje eu consigo perceber diversas falhas que teriam sido facilmente evitadas se eu tivesse contado com assistência na parte de design, revisão e contratado uma produtora gráfica”, explica.
“Fora isso, acho que também consegui amadurecer bastante o meu olhar artístico nesses quatro anos de diferença, tanto que eu refiz do zero diversas tirinhas de 2019. Sinto que a Cecília de hoje consegue expressar melhor as ideias da Cecília de 2019 porque superou algumas limitações técnicas”, diz a autora.
Mariane Gusmão, Felipe Pan e Olavo Costa assinam essa obra sobre o Antigo Egito que mistura história, mitologia e ficção. “Nós fizemos uma pesquisa intensa e minuciosa com muitas referências para cada etapa do projeto. Pude aprender bastante sobre o Egito e sua cultura enquanto coloria ‘O Menino Rei’. Apesar de retratar pessoas e acontecimentos reais, o quadrinho também conta com figuras da mitologia egípcia. Foi bem divertido colorir essas páginas porque pude usar cores mais vibrantes e que contrastam com as cenas do palácio e do deserto”, conta Mariane.
“Um dos desafios foi retratar alguns lugares que, por mais que se saiba muito sobre eles hoje em dia, não temos uma visão exata de como eram no passado. O lado positivo disso foi poder desenvolver as cores com alguma liberdade criativa, dentro do que seria historicamente plausível”, diz a ilustradora e colorista. “É muito gratificante ver o pessoal curioso pra saber mais sobre a história! E também foi um privilégio ter o Dr. Chris Naunton, um egiptólogo renomado, assinando o prefácio do quadrinho e curtindo nosso trabalho”.
Mariane destaca que “O Menino Rei” (Nemo) está sendo lançado exatos 100 anos depois da descoberta do túmulo do faraó Tutancâmon, que se tornou a múmia mais famosa do mundo. “Ao mesmo tempo em que estamos lançando a HQ num evento extremamente importante em nível mundial, também é extremamente satisfatório que o lançamento aconteça nesse momento”.
Quem quiser garantir o quadrinho não pode deixar de passar pelo Artists’ Valley, que após duas edições virtuais promete sediar encontros emocionantes até 4 de dezembro. “Fico muito empolgada com o lançamento de um quadrinho novo, é muito legal ver nosso trabalho impresso! Na CCXP 22, Olavo, Felipe e eu vamos estar nas mesas F06 e F07 no Artists’ Valley! Além de ‘O Menino Rei’ também vamos ter nosso quadrinho anterior, ‘Gioconda’, e eu vou estar vendendo prints e outras coisinhas”, adianta Mariane. Imperdível, né?!
Anne Ribeiro é jornalista, de Belém (PA). No perfil @pralerhq ela escreve sobre quadrinhos para debater política, questões de gênero e universo LGBT.