HQs para jovens feministas
Dicas de livros de histórias em quadrinhos para adolescentes
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Dicas de livros de histórias em quadrinhos para adolescentes
Muito embora nem todos os quadrinhos produzidos por mulheres tenham a obrigação de ser abertamente feministas, algumas obras abordam pautas feministas de forma tão lúdica e divertida que aquela sua sobrinha ou filha que tem relutado a começar a ler não vai querer parar depois de conhecer esses quadrinhos.
Dicas de Gabriela Borges, fundadora da Mina de HQ, e Dani Marino, pesquisadora de quadrinhos e gênero.
A Graphic MSP desenhada pela Fefê Torquato já encanta à primeira vista por sua arte aquarelada, mas, para além da arte, a personagem, que faz parte do núcleo adulto da Turma da Mônica, se vê diante de uma situação de assédio no trabalho e traz à tona ótimas reflexões sobre como o machismo estrutura nossas relações em espaços que muitas vezes acreditamos ser seguros. O quadrinho também proporciona um entendimento sobre a importância de nos posicionarmos diante de determinadas situações e de sempre buscarmos informação sobre nossos direitos.
A brasileira Bertha Lutz (1894-1976), feminista, política, militante sufragista, está entre as pouquíssimas mulheres que participaram da elaboração da Carta da Organização das Nações Unidas (1945), que visava selar um pacto de paz global e estabelecer uma organização para promover a cooperação internacional. Com roteiro de Angélica Kalil e arte de Mariamma Fonsaca, a HQ traz uma linguagem acessível e uma série de outras informações bem contextualizadas que fazem com que as leitoras se sintam próximas dessa importante figura brasileira.
Com uma premissa parecida com A Origem do Mundo (Liv Stromqüist) e Amazonas, Abolicionistas e Ativistas (Mikki Kendal e D. Amico), esta HQ, de Marta Breen e Jenny Jordhal, também apresenta inúmeras mulheres que foram apagadas da história enquanto expõe falas machistas dos maiores pensadores ao longo dos séculos, tudo isso de forma irônica, muito divertida e dinâmica (é curtinha), o que torna o livro mais acessível que as outras duas mencionadas.
Imagine um mundo onde os homens cis desapareceram do mundo e as mulheres tivessem que seguir adiante sem eles. Tristeza? Caos? De maneira nenhuma! A cooperação e a paz reinam, pois a misoginia foi superada e com ela, o capitalismo e outros problemas que nos são tão nocivos. Nesta HQ, Aminder Dhaliwal explora as relações interpessoais que se estabelecem entre as habitantes do planeta de forma extremamente leve.
Lançada pelo selo Suma, da Companhia das Letras, esta HQ, de Talia Dutton, revisita a história de Frankstein a partir de um olhar mais atual. Embora não se trate exatamente de um quadrinho feminista, essa versão traz uma Dra. Frankstein que busca trazer sua irmã de volta à vida, no entanto, ao fazer isso, a narrativa possibilita uma excelente reflexão sobre as expectitivas dos outros sobre nós e sobre como lidar com mudanças que atravessamos ao longo de nossas jornadas. Com uma linguagem jovem, M de Monstra é bem leve e cativante.
Marta Breen e Jenny Jordahl fazem um panorama do movimento feminista e mostram as batalhas históricas das mulheres — pelo direito à educação, pela participação na política, pelo uso de contraceptivos, por igualdade no mercado de trabalho.
Mathilde Ramadier e Camille Ulrich narram a história de Morgan e mostram como o corpo das mulheres sempre foi alvo de medo, proibições, punições, controle.
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Dani Marino é especialista em histórias em quadrinhos e questões de gênero. Mestre em Comunicação e doutoranda em Ciência da Informação pela ECA/USP, também atua como professora de Literatura Inglesa. Ganhadora de 2 troféus HQMIX com o livro Mulheres e Quadrinhos, que organizou com Laluña Machado, já colaborou com diversos sites e canais especializados em cultura pop.