Jane Foster e a força de Thor
Jane Foster, a Thor, se transforma em deusa, tem poderes de invocar raios e trovões, superforça, consegue voar e ainda lida com a situação de conviver com um câncer terminal, em sua forma mortal
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Jane Foster, a Thor, se transforma em deusa, tem poderes de invocar raios e trovões, superforça, consegue voar e ainda lida com a situação de conviver com um câncer terminal, em sua forma mortal
É difícil imaginar um super herói ou super heroína doente, certo? Eu, particularmente, não consigo lembrar quantas vezes vi isso acontecer nas histórias em quadrinhos. Um personagem todo poderoso enfrentando uma doença mortal. Um herói gripado, com apendicite, talvez com uma rinite ou até mesmo um câncer. Vocês até podem falar “ué, mas o Hulk lida com um tipo de câncer, né? Quando ele é exposto ao raio gama” ou “bom, o Wade Wilson também, já que ele passa por um experimento que o destrói” e etc. Tá bom, mas, no caso deles, a ‘doença’ imposta faz com que eles fiquem fortes e ganhem seus poderes através dela.
Já com a doutora Jane Foster… esse assunto é bem diferente.
Uma mulher que ao se transformar em deusa é digna de levantar o Mjolnir, além de ter poderes de invocar raios e trovões, superforça e ainda consegue voar. Como ela, a toda poderosa Thor, lida com a situação de conviver com um câncer terminal, em sua forma mortal?
Em 2015, quando saiu a primeira revista solo de Jane Foster como a Poderosa Thor, Jason Aaron trouxe uma história forte, potente e emocionante. A dualidade da forma mortal entrando em colapso por causa da sua forma divina foi um grande sucesso. Além disso, muitos leitores – em especial as mulheres – que também lidavam com o câncer e a quimioterapia puderam ter sua força descrita ali, naquela história, e puderam de alguma forma se identificar com as batalhas da heroína e sonhar com a esperança.
Na HQ descobrimos que a doutora Jane Foster, logo passa a ser a paciente quando descobre um câncer de mama. Em meio aos tratamentos, e a indignidade de Odinson, ela recebe o chamado quando o martelo de Thor, Mjolnir, a reclama como digna. No momento em que entra em contato com o martelo, seu corpo mortal e doente se transforma num corpo saudável e poderoso de uma deusa asgardiana.
Tudo estava indo bem e Jane, na forma de Thor, protegia os dez reinos dos ataques de gigantes de gelo, dos elfos sombrios e até mesmo do próprio Odin. Até que descobriu que enquanto estava em forma de deusa e respondia ao chamado de Thor, seu corpo mortal deteriorava pela doença e pela falta da quimioterapia.
Com uma decisão a tomar em pouco tempo, lutando contra vilões intergalácticos, a Shield no seu encalço tentando descobrir sua identidade secreta e um câncer, Jane sabendo de seu iminente destino, passou a tentar aproveitar a pouca vida que lhe restava. Depois de seu complicado relacionamento com Thor (Odinson), ela decide entrar nos Vingadores para defender a Terra. Na equipe, ela acaba se envolvendo romanticamente com Sam Wilson, o Falcão e Novo Capitão América.
Como toda vez que ela se transformava na Deusa do Trovão, ela revertia os efeitos da quimioterapia e a doença avançava, nossa heroína tinha verdadeiramente uma escolha MUITO difícil pela frente! Será que ela deixaria de salvar o mundo na forma de deusa e voltar pra salvar sua própria vida na forma mortal? Jane Foster jamais conseguiria dar as costas para Midgard e os reinos de Asgard. Como a heroína que é, a Poderosa Thor preferiu morrer e sucumbir, do que deixar os reinos a mercê das violências impostas pelos supervilões.
E numa despedida emocionante, Jane dá adeus a esse mundo morrendo nos braços de Thor.
A história de Jane Foster é a história de muitas mulheres mundo à fora. Foi a história da minha tia que conviveu com um câncer até não poder mais, é a história de uma vizinha, a mãe de um amigo ou uma colega do trabalho. É a história de muitos e muitas! Talvez, tenha sido essa identificação pela perda e pelo luto, e também pela vitória e cura, que tenha levado a história da Poderosa Thor ao sucesso que foi.
Preparados para ver um pouco dessa história ser contada nos cinemas?
Eu tô.
Sâmela Hidalgo é manauara, editora de quadrinhos, consultora editorial, trabalhou na Devir Brasil por 4 anos e meio como assistente editorial e assessora de imprensa, podcaster no DFP (devíamos fazer um podcast), produtora Editorial no Stúdio Eleven Dragon, colunista no site Minha de HQ e idealizadora do projeto Norte em Quadrinhos que visa dar visibilidade para quadrinistas do Norte do país.
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