Mangá, aventura e história
5 Motivos para ler A Lanterna de Nix, de Kan Takahama
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5 Motivos para ler A Lanterna de Nix, de Kan Takahama
O livro mostra o intercâmbio cultural entre Japão e Europa a partir da segunda metade do século XIX, um movimento que acontecia em outros países que eram considerados naquela época a “periferia do capitalismo”. Um princípio de globalização, que colocava as pessoas em contato com tecnologias que mudaram o dia a dia, como máquinas de costura, projetor de imagens e até mesmo chocolate! Era um movimento de ocidentalização desses países, que vemos acontecer até hoje. E é muito interessante entender como isso aconteceu no contexto nipônico, quando o Japão começou o processo de abertura das suas fronteiras, após duzentos anos de isolacionismo.
Kan Takahama, a autora da obra, traz uma pesquisa histórica riquíssima em seus livros. Ela mesma se considera uma artista de mangá histórico e diz que a melhor parte de seu trabalho é a pesquisa envolvida, principalmente em relação à busca e análise de materiais antigos. E acredita que ela mesma passa a fazer parte da história ao contá-la. Isso está muito presente nas páginas com o título “Armarinho da Kan”, que encerram os capítulos de A Lanterna de Nix e trazem um texto pessoal da autora para explicar elementos apresentados na história e contar sobre sua relação com eles.
Nessa história viajamos para a cidade de Nagasaki e conhecemos Miyo, uma órfã tímida e clarividente que vai reconhecendo seus talentos e deixando de lado a insegurança quando passa a trabalhar em uma loja que vende objetos importados da Europa. São apresentados diversos personagens misteriosos, principalmente as mulheres, que a autora costuma sempre retratar de uma forma muito rica, superando privações e machismos para encontrar sua própria força. Em muitos momentos, a história de Miyo se parece com a de Alice, do País das Maravilhas.
A Lanterna de Nix ganhou o Prêmio Tezuka, em 2020, e foi considerado um dos cinco melhores mangás de 2019 pela Associação Francesa de Críticos de Quadrinhos (ACBD). Autora também de O Último Voo Das Borboletas e Tokyo, Love and Freedoms, Kan Takahama é um dos principais expoentes da nouvelle manga, um movimento artístico que junta a narrativa dos mangás, a imagem dos quadrinhos franco-belgas e a atmosfera dos filmes da nouvelle vague, que está bem presente nas páginas de A Lanterna de Nix. A maioria de suas obras foi traduzida para o francês e ganhou popularidade também no exterior. Em 2004, Takahama recebeu o Prêmio Best of Short Story pela obra Yellowbacks, de 2022.
5. Ótimo para começar a ler mangás!
Se você já é fã de mangás, A Lanterna de Nix é mais uma obra incrível para você. Agora, se você ainda está começando a entrar nesse universo, essa é uma ótima obra. São mais de 400 páginas de história, divididas em uma trilogia caprichosa do selo Drago de mangás da editora Pipoca & Nanquim. Mesmo grandes, os livros são gostosos de ler, têm tradução de Drik Sada, uma das principais tradutoras de mangás no Brasil, e trazem ainda glossários exclusivos da versão brasileira.
A Lanterna de Nix é o livro da vez no clube de leitura de quadrinhos da Mina de HQ, o Clube Historietas.
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